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Quando falo sobre o benefício do uso dos florais sinto que muitas pessoas ficam em dúvida sobre como eles atuam. Em geral, a incerteza fica entre “se a atuação seria a de uma medicação tradicional cujos cuidados com relação a posologia ou interação medicamentosa seriam obrigatórios” ou se “é um produto inócuo cuja atuação seria mais parecida ao uso de placebo”. A resposta seria: nem um nem outro.

Os florais, como o nome bem explica, são feitos a partir das flores (na maior parte dos casos) colhidas em seus ambientes originários, onde não há a intervenção humana em seu desenvolvimento e também afastada de locais poluídos e densamente povoados. Todos estes cuidados têm o objetivo de obter da planta aquilo que ela pode apresentar em sua maior potência tendo crescido em seu habitat natural.

A ideia inicial do Dr. Bach, médico e homeopata inglês, precursor da Terapia Floral, era de facilitar o acesso à substâncias que poderiam melhorar enormemente a saúde das pessoas atuando no estado de espírito das mesmas e não na doença propriamente dita. Sua crença era que se a pessoa estivesse em equilíbrio emocional, ela teria uma maior capacidade de atuar ativamente e efetivamente em sua própria enfermidade, bem como nos demais aspectos de sua vida. Dr. Bach afirmava que mesmo tendo a mesma moléstia, duas pessoas não apresentariam a mesma resposta emocional e consequentemente o desenrolar de seu quadro poderia ser bastante diverso, mais rápido ou mais lento, com complicações ou não, seguindo esta predisposição.

Este fato nós já observamos de maneira empírica entre nossos conhecidos, sabemos bem aqueles que desanimam diante de uma enfermidade, outros que tendem a ficar mais ensimesmados e aqueles que fingem que nada se passa. É neste aspecto que a terapia floral tem o seu maior mérito: restaurar o equilíbrio emocional para auxiliar as pessoas a darem conta dos desafios da vida.

Desta forma, ressalto que usar floral não irá substituir o uso de medicamentos de uso contínuo, acabar com as idas aos médicos para controles e exames de rotina, não irá eliminar a necessidade de atendimento psicológico ou terminar com os conflitos em casa ou no trabalho. Mas, poderá atuar diminuindo o medo e as resistências quanto a médicos e remédios (quando necessários); atuar na aceitação das próprias dificuldades que impedem realizar seus desejos e lidar com as intempéries da vida.

A atuação do floral costuma ser sutil, tanto que é comum, observado muito por nós terapeutas, que o paciente ou cliente diga não ter notado mudanças em si mesmo. No entanto, ao aprofundarmos o discurso, quando questionamos sobre as queixas iniciais, sua situação, seu entorno, este sim apresentam melhoras. Dito isto, apesar do uso não requerer o apoio de um terapeuta floral, este suporte tem um efeito muito positivo tanto no sentido de observar as mudanças, quanto no sentido de observar os sentimentos vivenciados e apontar as essências mais apropriadas para serem utilizadas.

Não somos bons em observar em nós mesmos sentimentos de inveja, ódio ou de avaliar que estamos totalmente esgotados, como no caso daquelas pessoas do tipo “deixa que eu faço”. O equilíbrio trazido pelo uso da terapia floral permite que acessemos melhor nossas capacidades e tenhamos coragem de encarar nossos pontos cegos. Em uma sociedade como a nossa, em que somos inundados por imagens de grande sucesso e alegria, ou por seu ponto oposto de tantas tristezas e ineficácia, é de fundamental importância estarmos conectados a nós mesmos e em nosso papel neste mundo.

Estando bem seremos capazes de dar a nossa melhor contribuição para a melhora de nossas vidas, de nossa sociedade e em definitiva de nosso planeta.