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O momento pede atenção. Atenção a nossa saúde, à nossa segurança, aos nossos cuidados. Um cotidiano mais atento, cheio de restrições e cautela.

Nos desafios que surgem deste momento, mesmo atentando para o zelo conosco e com aqueles que estão a nossa volta, podemos adoecer e precisar de ajuda. Ou ainda alguém a nossa volta pode adoecer e precisar da nossa ajuda.
Cuidar do outro faz parte da nossa natureza, do fato de sermos seres gregários.

Há situações em que isto pode estar planejado para algum momento especifico de nossas vidas, por exemplo quando desejamos ter filhos ou diante de alguma cirurgia pré-programada. Entendemos que será um período de sobrecarga e procuramos nos organizar para isto, deixando tudo aquilo que pode ser antecipado já pensado e previsto. Mas e quando o processo se estende além do esperado ou nos pega de surpresa?

Manter a atenção no outro, por longos períodos de tempo, é desgastante, mais ainda quando isto não pode ser feito com algumas pausas, quando a pessoa que estamos cuidando se encontra gravemente enferma, por exemplo. Nessas situações, mesmo nos poucos momentos de pausa, há um grande burburinho mental focado em buscar outras alternativas possíveis.

A pessoa que requer cuidados gera grande compaixão das pessoas que estão ao seu redor, mas quem cuida de quem cuida?

Há uma tendência daquele que cuida evitar as queixas, como se diante do sofrimento do outro não haja espaço para reclamações, e os poucos que ousam fazê-lo costumam ser vistos sob olhar crítico. Dar respostas do tipo: “é uma fase”, “o que se pode fazer?”, ou outras do mesmo estilo, dão conta do quão desconfortável pode ser não ter uma resposta efetiva diante da dificuldade do outro. No entanto, o que se busca na maioria das vezes não é uma solução e sim um amparo.

Seja apoio

Dar suporte aquele que está sobrecarregado não necessariamente dará descanso do ponto de vista físico, mas certamente há um alívio do ponto de vista emocional. Uma sensação de que se é visto e compreendido, ainda que as circunstâncias não denotem isso.

Importante acrescentar que ajudar é conseguir enxergar a situação da perspectiva do outro, se colocar neste lugar, no entanto, isto não autoriza impor a sua solução ao outro, significa simplesmente se colocar em modo escuta, oferecer ajuda, ou ser apenas empático.

Temos uma tendência a evitar o desconforto, esconder o desagravo e soterrar nossas dores, no entanto, quem pode entender melhor as questões que nós seres humanos passamos, senão outro ser humano?