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Nesta semana uma coluna escrita pelo psiquiatra Daniel Martins de Barros, cuja escrita eu gosto muito, teve como título “Enraiveça-se”. O teor do texto apontava o quão difícil está sendo manter a calma diante do momento que estamos vivendo. Ele entende que alguém que nos pede calma tem boa intenção querendo nos ajudar ou ainda aliviar o próprio desconforto diante de um ser em ponto de explosão. Porém, ele complementa que a raiva, às vezes, é a única arma possível para se defender.

Entendo tudo isso e em parte concordo. Acredito que a raiva pode surgir das situações de impotência, de um lugar de não ser visto, ouvido, ignorado, o que consequentemente gera muita raiva.

Teoria do apego

Quando pensamos em nosso desenvolvimento no início de nossas vidas enquanto bebês, isto é comum. Diante do desconforto de não sermos atendidos, gritamos com muita raiva. É uma questão de sobrevivência. Mas também sabemos que bebês negligenciados no seu choro por muito tempo, começam a ficar apáticos diante da vida, e em última instância, se desconectam da mesma. É o que pesquisou o psicanalista John Bowlby em sua teoria do apego. Ou seja, sentir raiva pode ser um sinal de “um bom funcionamento humano”.

A raiva pode surgir pela frustração de algo que esperávamos. Ela tem uma função clara que é poder trazer uma energia extra nesta busca por algo, um esforço maior, uma solução mais criativa…

Por outro lado, precisamos estar atentos a este anseio por sempre querer que as coisas saiam de acordo com as nossas expectativas. Afinal, excesso de raiva pode ser paralisante, ou ainda pior: causar apatia, desânimo, segundo aponta Bowlby.

O foco no problema aponta aquilo que estamos tentando resolver, porém podemos ter a percepção de que navegamos de problema em problema, sem ilhas de descanso ou com a sensação de que tudo a nossa volta é ruim.

Você quer primeiro a notícia boa ou a ruim?

Quando alguém nos sugere duas notícias, uma boa e uma ruim, e pergunta qual das duas queremos ouvir primeiro, qual o nível de importância que damos para cada uma delas? Se a resposta for depende, eu diria depende de quem?

Se alimentar de boas notícias, boas histórias, bons pensamentos também dependem de uma atitude ativa e eu diria até vital no sentido de nos alimentarmos com fé, otimismo, ou potência para tomar alguma atitude.

Podcast “Trago Boas Notícias”

Há um podcast do Spotify, de frequência diária, que se chama “Trago Boas Notícias”. Ele traz informações de pessoas que diante de algum conflito, ou simplesmente por interesse, foram buscando soluções criativas conseguindo aquilo que não imaginavam, chegando em lugares desconhecidos.

Recomendo! A sugestão não sugere que abramos mão de sentirmos raiva ou que tenhamos que debelar este sentimento, mas que se possa sentir outras coisas que talvez colaborem no sentido direcionar esta raiva para algo produtivo.

Ter uma postura otimista costuma estar vinculada a alguém desinformado ou desengajado. Isto fica ainda mais evidente ao observamos o quanto postagens polêmicas ou mais alarmistas recebem mais visualizações e mais repostagens. Mas será que isto não levará a valorizarmos visões cada vez mais pessimistas das circunstâncias?

Equilíbrio, esta é a boa notícia! É observando que qualquer modo de funcionamento em que um lado seja privilegiado em detrimento do outro, deve haver algo a ser repensado, desbalanceado ou para ser mudado.

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