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Semana passada falei sobre dividir nossas inseguranças. Nesta semana gostaria de refletir sobre dividir nossas alegrias e tristezas.

Os rituais estão sendo adaptados por conta do momento atual. Não apenas as grandes festas de bodas, mas até mesmo aqueles pequenos eventos em que nos reuníamos para um bolinho com velas entre poucas pessoas.

Alguns questionam a necessidade destes rituais num período como este de pandemia. Questionam o valor ou a utilidade diante de algo muito maior que se apresenta. No entanto, somos animais gregários, cuja existência só acontece dentro de um grupo, e estando mais apartados desta condição, é que vamos percebemos a importância e significado dos rituais em nossas vidas.

Os rituais respondem à necessidade de estabilidade que temos e servem de suporte como um meio de diminuir a ansiedade sentida perante as mudanças ou transições nos nossos ciclos de vida. Estamos mais sedentos deste enlace social, ainda que tenhamos clareza do quão importante é manter o isolamento social.

Sendo assim, temos que buscar soluções mais criativas que nos possibilitem expressar o amor, a dor e reconhecimento ao outro e, por outro lado, receber de volta estes mesmos valores.

Qual importância de compartilhar os sentimentos?

Estamos atentos as perdas que estão ocorrendo ao nosso redor. No entanto, quando acontece diretamente conosco, aquilo que é dor se transforma também em várias outras coisas.

Dividir a dor, por mais absurdo que pareça, traz uma alegria que é quase vivida como uma insanidade. Diante da perda de um ente querido é tão bom sentir que não estamos sós e mais: que aquela pessoa que se foi também era valorizada por outros.  Assim, nos sentimos amparados e acolhidos

Quem sofre com o meu sofrimento, aquece meu coração e desperta em mim a compaixão. A compaixão, por sua vez, nos traz uma profunda clareza daquilo que de fato realmente nos importa, um lampejo de grande lucidez daquilo que de fato somos e o que temos.

Diante da dor, às vezes, podemos não perceber isso. Mas ao resgatar a memória desses eventos de acolhimento, é possível vivenciar esta sensação posteriormente.

Solidão real ou escolha pessoal?

Não estamos sós em momento algum! A sensação de solidão normalmente tem relação mais com algo interno do que com algo externo. Ao fecharmos a porta para o outro é possível vivenciar este estado, mas devemos entender como uma escolha pessoal e não como uma verdade.

Momentos de introspecção são necessários para pensar o nosso lugar no mundo, mas estejamos no bando, atentos a nós e ao outro. Isto é da nossa natureza.

Veja mais sobre reconectar-se consigo mesmo neste link: https://bit.ly/3uNw3FU