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Desde o início deste ano, venho falando sobre o processo de mudar, suas características e dificuldades (dê uma olhada nos últimos posts se você ainda não viu). E hoje quero refletir sobre como iniciar estas mudanças que tanto desejamos (ou não) e nem sempre sabemos por onde ou como começar.

O papel do hábito nas nossas escolhas

A repetição de hábitos permite que sigamos com a nossa rotina de um jeito mais relaxado e despreocupado. A energia mental despendida para fazer aquilo com o qual estamos acostumados é muito menor do que a gasta em novos desafios, isto permite que sobre energia para ser ocupada por outros assuntos.

É o exemplo clássico de dirigir de volta para casa voltando do trabalho, nosso cérebro está tão acostumado com tal evento que muitas vezes nem nos apercebemos do caminho. Pode inclusive acontecer de que se havíamos planejado algo novo neste dia, como pegar o cachorro no veterinário, corremos o risco de chegarmos em casa sem ele.

Então, tendo isto em conta, a mudança vai exigir de nós, um gasto mental a mais, vamos ficar mais cansados e possivelmente este cansaço pode nos levar a burlar a mudança. Não apenas o cansaço pode querer boicotar nossos planos, outras emoções também, tais como: a solidão, a baixa autoestima, a insegurança, etc. São emoções que merecem nossa atenção, no entanto, é preciso cuidado ao avaliar nossos alarmes emocionais. O que eles querem dizer? Atenção? Cuidado? Ou seria o desejo de voltar para o modo de economia mental e repetir padrões antigos?

Se a alternativa escolhida for a última, talvez valha a pena bancar as emoções desagradáveis e tentar revertê-las focando nos benefícios que o novo caminho escolhido deverá trazer.

O boicote das nossas emoções

Sendo assim, podemos concluir que o processo de mudança pode sofrer boicotes até de nós mesmos. Portanto, muita paciência e compaixão se fazem necessários. Paciência com o entorno, que irá questionar nossas escolhas e compaixão conosco mesmos que iremos repensar várias vezes a nova decisão.

Dizem que para incorporarmos uma mudança em nossas vidas é preciso fazer dela um hábito. Alguns autores afirmam que 40 dias seria o tempo necessário para se criar um novo hábito, no entanto, me parece que esta conta não é respaldada na prática.

Muitos fumantes, por exemplo, afirmam que apesar de haverem parado de fumar há muitos anos, e já não sentirem mais o desejo de retomar o vicio, ainda assim, se pegam sentindo a falta do gestual do cigarro que estariam conectadas com situações especificas do cotidiano, tais como ler um livro ou tomar um café. É fato que, a distração, a postergação e a procrastinação são atitudes que podem atrapalhar os desejos de mudança mais ardentes e decididos de uma pessoa.

Seja compreensivo com você mesmo e valorize seu esforço

Se a mudança for muito significativa dê pequenos passos, não pense nos 10 quilos que quer perder e sim foque naquilo que está fazendo para chegar lá, como o aumento da atividade física e a melhora da alimentação, perceba seu esforço e comprometimento e valorize-o.

Busque apoio. Se você deseja ingressar em alguma nova atividade, por exemplo, buque alguém que possa dar o suporte necessário, algum conhecido da nova área que se deseja, ou um suporte psicológico se a questão for envolver o emocional ou um total desconhecimento daquilo que ser quer fazer.

Tenha paciência com o processo, da mesma maneira que levamos um tempo para chegar aonde estamos, também levará um tempo para que possamos estar voltados em um novo caminho. Apenas não perca o foco.

Faça por você. Independente daquilo que se queira mudar não faça pelos outros, faça porque você acredita que te trará benefícios. Sendo assim, se você acredita em um relacionamento invista nele, não porque o outro pediu, mas porque desta forma mesmo que o término seja inevitável, você estará com a consciência tranquila de que fez o seu melhor e estará mais amadurecido para um novo recomeço.